O par de moedas EUR/USD retomou seu movimento de alta. Como houve poucas notícias ao longo do dia, e nenhuma delas foi significativa, a volatilidade permaneceu relativamente baixa, impedindo o euro de fazer movimentos bruscos. Mais precisamente, o euro tem negociado dentro da faixa lateral de 1.0800–1.0935 há mais de uma semana. Embora não seja um padrão clássico de consolidação, trata-se de uma zona definida onde o preço tem se mantido por um período prolongado. O movimento é mais lateral do que ascendente, mas a tendência de alta ainda permanece intacta.
A maior parte desse movimento ocorreu em três dias, duas semanas atrás, quando o euro subiu 400 pips. Nos últimos dois meses, a amplitude total do movimento foi de apenas 350 pips, do mínimo ao máximo. O mercado continua ignorando diversos fatores—como a ausência de notícias relevantes, a necessidade de uma correção de baixa, dados positivos para o dólar e o cenário fundamental global. O único fator que ainda exerce influência são as tarifas comerciais impostas por Donald Trump. Seus impactos na economia ainda são difíceis de prever. Muitos especialistas sugerem que a economia dos EUA está caminhando para uma desaceleração, com alguns até prevendo uma recessão. Outros acreditam que o Federal Reserve acelerará os cortes de juros nos próximos anos. De qualquer forma, as discussões giram em torno do enfraquecimento dos fundamentos do dólar.
Entretanto, no momento, a economia dos EUA não enfrenta problemas reais—são apenas temores dos participantes do mercado. No ano passado, o mercado precificou antecipadamente 6–7 cortes de juros, esperando pelo menos quatro reduções em 2025. No entanto, a realidade foi bem diferente. O mesmo pode acontecer agora: o mercado se prepara para um cenário pessimista e para uma política altamente dovish do Fed, mas isso não significa que realmente ocorrerá.
É importante lembrar que o dólar está em alta há 16 anos. Toda tendência chega ao fim eventualmente, mas será que as tarifas de Trump são suficientes para abalar a economia dos EUA? Elas têm força para encerrar um rali de 16 anos do dólar? Dificilmente. No entanto, o mercado está em pânico, esperando o pior e demonstrando desinteresse pela moeda norte-americana.
O maior desafio para os traders é que ninguém sabe por quanto tempo a queda do dólar, causada pelas políticas de Trump, continuará, nem por quanto tempo as demais notícias serão ignoradas. Nos gráficos de prazos mais longos, o cenário técnico ainda indica uma tendência de baixa para o dólar. Além disso, o cenário macroeconômico não justifica uma valorização tão expressiva do euro, especialmente considerando que a economia da Zona do Euro continua estagnada. No entanto, nada impede que o mercado siga vendendo o dólar, mesmo que esse movimento não esteja alinhado com o contexto mais amplo do par EUR/USD.
A volatilidade média do par EUR/USD nos últimos cinco dias de negociação, a partir de 18 de março, é de 77 pips, o que é considerado "moderado". Na terça-feira, espera-se um movimento entre os níveis de 1,0844 e 1,0998. O canal de regressão de longo prazo virou para cima, mas a tendência geral de baixa permanece intacta, como indicam os prazos mais altos. O indicador CCI entrou anteriormente na área de sobrevenda, sinalizando o início de uma nova correção para cima, que, no entanto, já não parece mais ser uma simples correção.
Níveis de suporte mais próximos:
S1 – 1.0864
S2 – 1.0742
S3 – 1.0620
Níveis de resistência mais próximos:
R1 – 1.0986
Recomendações de negociação:
O par EUR/USD saiu do canal lateral e continua subindo. Há meses, afirmamos que o euro provavelmente cairá a médio prazo, e essa perspectiva não mudou. O dólar ainda não possui razões fundamentais para uma tendência de baixa sustentada – exceto pelas políticas de Donald Trump. As posições vendidas continuam sendo mais atraentes, com alvos em 1,0315 e 1,0254. Entretanto, é difícil prever quando esse aumento, um tanto irracional, terminará. Se estiver negociando puramente com base em dados técnicos, as posições de compras podem ser consideradas caso o preço se mantenha acima da média móvel, com alvos em 1,0986 e 1,0998.
Explicação das ilustrações:
Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma forte tendência.
A linha de média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
Os níveis de Murray funcionam como níveis-alvo para movimentos e correções.
Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas com base nas leituras de volatilidade atuais.
Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), ele sinaliza uma iminente reversão de tendência na direção oposta.
